O álbum “Clube da Esquina”, lançado em 1972, é uma das obras mais icônicas da música brasileira, simbolizando a fusão de diferentes estilos musicais e o surgimento de uma nova sonoridade no Brasil.
O disco foi resultado da parceria entre Milton Nascimento e o músico mineiro Lô Borges, com contribuições de outros membros do coletivo que ficou conhecido como Clube da Esquina, um grupo de jovens artistas de Minas Gerais.
Juntos, eles criaram um álbum inovador que misturava MPB, jazz, rock, bossa nova e influências da música folclórica brasileira.
A história do Clube da Esquina começa nos anos 1960, quando jovens músicos mineiros, incluindo Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta e Wagner Tiso, começaram a se reunir para experimentar novos sons.
Inspirados por gêneros musicais internacionais, como o rock britânico, ao mesmo tempo em que valorizavam as raízes brasileiras, esses artistas criaram um som único que desafiava as convenções da época.
O álbum “Clube da Esquina” foi um marco tanto pelo seu experimentalismo musical quanto pelas letras poéticas e politizadas.
O disco foi bem recebido pela crítica, mas não teve o sucesso comercial esperado inicialmente.
No entanto, ao longo dos anos, ganhou status de clássico, sendo celebrado como uma obra fundamental da música brasileira.
Em 2012, foi incluído na lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela revista Rolling Stone Brasil.
Em 2022, o podcast Discoteca Básica elegeu o álbum como o Melhor Disco Brasileiro de Todos os Tempos, após ouvir 162 especialistas.
Em 2024, a revista norte-americana Paste Magazine elegeu o álbum como o nono melhor de todos os tempos, em uma lista de 300 discos emblemáticos.
A publicação o classificou como "o maior álbum brasileiro".
O álbum também virou livro, “Os Sonhos Não Envelhecem” de Márcio Borges, irmão de Lô Borges, detalha a criação do álbum e a trajetória dos músicos do Clube da Esquina.
Entre as curiosidades sobre o álbum, destaca-se o fato de que a capa foi bastante enigmática na época.
Ela apresenta a foto de dois meninos desconhecidos, e não dos músicos, o que gerou uma aura de mistério em torno da obra.
Além disso, Lô Borges tinha apenas 19 anos quando participou do projeto, sendo esse o seu primeiro grande trabalho.
Entre as músicas mais famosas do álbum, cinco se destacam:
1. “Tudo o Que Você Podia Ser” – Uma das faixas mais populares, com uma melodia marcante e letra poética.
2. “Cravo e Canela” – Uma canção vibrante que mistura elementos de samba com rock.
3. “Os Povos” – Com uma forte mensagem social, essa música reflete as preocupações da época.
4. “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo” – Um dos hinos mais belos do álbum, com arranjos sofisticados.
5. “Paisagem da Janela” – Uma balada introspectiva que captura o espírito lírico do álbum.
Vale a pena ler e ouvir!
Por Luciana Silveira (Comunicadora e Estagiária)
Imagem: Flickr